sábado, 13 de julho de 2013

Homenagem a Doutor Sócrates - Ídolo da Democracia Corintiana

Jogadores prestam homenagem

04/12/2011: HÁ EXATO 1 ANO MORRIA UM DOS MAIORES GÊNIOS DA BOLA, EM UM DOMINGO, COM O CORINTHIANS CAMPEÃO BRASILEIRO.

Democracia Corintiana mudou carreira de Sócrates

Sócrates teve carreira marcada por toques de classe e militância política. Magrão, Doutor, Calcanhar de Ouro ou apenas Sócrates. Nascido em Belém do Pará, em 1954, o jogador foi batizado com um nome longo tão longo quanto suas pernas: Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira.

Sócrates na época da Democracia...

Alto, com 1,91m de altura, e não exatamente veloz, Sócrates destoava dos demais craques brasileiros. Vem de uma família de classe média e teve formação universitária.

Começou atuando no Botafogo de Ribeirão Preto até ser transferido para o Corinthians em 1978 e se tornar um dos grandes nomes da história do futebol.

De acordo com o comentarista esportivo Juca Kfouri, Sócrates pode não ter sido o melhor jogador que o clube paulista e o Brasil tiveram, "mas certamente foi o mais único".

Punho levantado; Sua marca registrada...

Primeiro, ao doutrinar a voraz torcida corintiana. Sócrates repetia nas entrevistas que a Fiel precisava confiar no time e apoiar o ritmo da Democracia. E convenceu.

Craque político
Certa vez, depois de o time ter perdido uma partida e ter sido ilhado no vestiário, cercado por torcedores, Sócrates marcaria os gols da vitória na partida seguinte e não comemoraria, em protesto. A torcida parecia entender os recados, a relação mais tensa e comprometida.

Na final daquele campeonato paulista, o time entrou em campo com a faixa "Ganhar ou perder, mas com democracia". Ganhou, levando democracia e delírio à Fiel.

O Doutor, observado por Zico do Flamengo

Mais adiante, em 1984, Sócrates se envolveria de corpo e alma na campanha Diretas Já. Subiria ao palanque montado no Centro de São Paulo para discursar diante de um milhão de pessoas.

"Se a emenda Dante de Oliveira for aprovada no Congresso, não vou deixar o nosso país", bradou ele diante da multidão em êxtase.
Dito em feito. Emenda rejeitada, Sócrates deixaria o Brasil rumo à Itália.

Democracia até na Seleção

Mensagem na cabeça
Mais tarde, na Copa de 1986, Sócrates protagonizou outro momento inesquecível. Durante a execução dos hinos antes da partida entre Espanha e Brasil, estreia das equipes, organizadores executaram o Hino da Bandeira no lugar do Hino Nacional Brasileiro.

Sócrates, indignado, balançava a cabeça em frente às câmeras, reprovando o constrangimento. Ele conduziria os jogadores a deixar a posição perfilada e a assumir a formação clássica para fotos.

Naquela Copa do Mundo, no México, em todos os jogos Sócrates entrava em campo com uma faixa na cabeça, chamando a atenção para graves situações sociais.


Sócrates disputou 297 jogos, marcou 172 gols e venceu três Campeonatos Paulistas (1979, 1982 e 1983) com a camisa do Timão. Escreveu também peças de teatro, gravou três discos com composições próprias e ainda fez parte da administração de um cinema em Ribeirão Preto que exibia filmes gratuitamente.

O ex-jogador morreu aos 57 anos de idade, em 4 de dezembro de 2011. Na noite daquele dia, por volta das 19 horas e 5 minutos, o Corinthians venceria seu quinto Campeonato Brasileiro.

"O Corinthians é um clube diferente hoje. Saiu de uma situação ditatorial, com o Vicente Matheus, e depois da Democracia Corintiana evoluiu para ser uma nação, na qual o Sócrates foi uma figura central. O resultado apareceu depois, com as conquistas nacionais", avalia o ex-jogador e técnico do time alvinegro Zé Maria.